Libertadores 2011: naufrágio a vista ou apenas turbulência?

4 03 2011

A largada da Libertadores da América 2011 não tem sido aquela idealizada pelos clubes e incentivada pela chamada mídia esportiva. O fato de termos os principais clubes do País na disputa – Grêmio, Inter, Corinthians, Santos, Fluminense e Cruzeiro – gerava a certeza de que a principal disputa seria para saber quem seria o vencedor. Os demais times de outros países seriam apenas e tão somente figurantes.
Olhando a performance dos clubes, apenas pelos resultados – afinal de contas assisti somente um jogo de cada time – a situação é tensa.
Dois clubes estavam na fase eliminatória da Libertadores, que alguns erroneamente chamam de pré-Libertadores. O Grêmio foi sofrível nos dois jogos contra o Liverpool de Montevidéu, que mais parecia um time de amigos do bar que se reúnem para uma pelada, mas ao menos passou para a fase seguinte. Pior foi o Corinthians, que simplesmente não jogou diante do Tolima. Com esta performance, o time virou motivo de piada e constrangimento para sua sofrida massa de torcedores.

Grupos

Favorecidos por tabelas que possibilitaram dois jogos em sequencia em casa, Flu (grupo 3) e Cruzeiro (grupo 7) vivem realidades distintas. O primeiro respira por aparelhos e o segundo encaminhou bem a sua classificação com todos os indicativos de que fará a melhor campanha. Indicativos, não certeza… O Flu, por sinal, tem jogo decisivo no Engenhão dia 23 contra o mesmo América que o derrotou esta semana.
Quem não está conseguindo empolgar ninguém é o Santos (grupo 5), que contratou muitos jogadores e demitiu o técnico. Fez dois jogos, empatou ambos e ainda está devendo. Está em 3º no grupo, mas não deve ter problemas para se classificar. Pode ser beneficiado pelo fato de ter dois jogos ‘na volta’ na Baixada.
O Inter (grupo 6) é um enigma. Dono do maior plantel do futebol brasileiro, o time vive uma incompatibilidade entre os métodos do seu treinador e o gosto da torcida. Tem credenciais para ser tri, mas vai se defrontar com um desafio regional depois do carnaval: com o fracasso do chamado Inter B, o time A terá de se desdobrar em duas competições – algo que não é do agrado do treinador. Empatou fora, um jogo que estava ganho e fez 4 em casa – sem jogar bem. Fechará sua participação jogando em casa.
O Grêmio chegou à Libertadores amparado por uma surpreendente reação no Brasileirão e principalmente ao fracasso do Goiás na final da Sul-americana. O time de 2011 não consegue a mesma mecânica de jogo de 2010 – e o time se tornou previsível e repetitivo. E isto se deve não apenas por ter perdido Jonas, mas por conta de algumas bizarrices de seu treinador – como esta teimosi em jogar com dois centroavantes de área e manter a escalação de Carlos Alberto que parece ganhar a titularidade por afinidade e não por qualidade. Ao contrário de muitos, creio que o Grêmio precisa de um zagueiro pela direita, um lateral esquerdo e um atacante de velocidade – que poderia ser Éder Luis do Vasco, o único que tem algumas características de 2º atacante de velocidade.
Na minha opinião, o Grêmio entrará como 2º do grupo, mas pode crescer na fase do mata-mata.

Resumindo

Dos times brasileiros, apenas o Cruzeiro está dando conta do recado. O Fluminense decepciona. O Santos empaca. O Inter se debate em suas dúvidas, inclusive da conveniência de manter o treinador. E o Grêmio ainda busca reencontrar sua cara…